terça-feira, 22 de março de 2011

O Despertar do Mortos - Tomo I - Capítulo 3º

III

            Júlia passou pelo lindo jardim de sua casa, este era uma das lembranças de sua falecida mãe,  passou pela área cheia de imagens em gesso de aves e borboletas entrando em casa logo estava na sala, escura pois somente estava acesa uma luz próximo ao piano, mal dava para ver o caminho. Ouviu os passos do pai entrando alguns estantes  após ela, todavia não parou. Dirigiu-se as escadas, negras, pois eram ainda de madeira. A casa em si era escura haviam cortinas em todas as janelas e sua mãe, quando viva,  gostava de móveis rústicos e o velho sargento sempre atendia a seus pedidos e resolveu manter a fidelidade dos gostos de Miriam após sua morte.
            Subiu pelas escadas,  atravessou um pequeno corredor com um tapete vermelho no chão, alguns pequenos móveis também de tonalidade escura encostados nas paredes. Olhava para os lados via fotos da família, uma foto sua quando pequena no braço de sua mãe, outra do casamento de seus pais. Essa era sua preferida, pois os jogos de cores era muito bonito o fundo era iluminado e as silhuetas do sargento e de sua mãe apareciam logo à frente. Passou por outra de seus avôs paternos chegando próximo ao fim do corredor, parou diante de uma porta branca abriu a bolsa que levava consigo. Retirou o pequeno chaveiro prateado  em forma de coração que Miguel havia dado-lhe quando completaram um ano de namoro. Ele dissera que deveriam usar somente quando casassem para abrir a porta de sua casa, todavia Júlia já usa  para não esquecer e sempre levar algo de Miguel próximo de si. Pegou a chave, colocou-a na fechadura deu duas voltas, uma pequena batina no trinco e pronto.
            Abria-se a porta da outra dimensão. Seu quarto era claro, pintado de branco uma cama de solteiro com colchas brancas no canto do quarto era o que primeiro objeto a se notar. Logo ao lado da porta de entrada uma pequena escrivaninha, com vários livros, tanto da faculdade quanto outros de literatura e algumas revistinhas da Mônica (fora a partir delas que Júlia pegou o gosto pela leitura por intermédio de sua mãe e jamais as abandonou, apesar de leitora assídua de tempos e tempos doava as mais antigas para instituições de caridade). Logo ao lado havia seu guarda-roupa também branco com alguns detalhes em tabaco e logo após a porta do banheiro. Destacava-se também no teto um lindo ventilador com luminária para apaziguar as noites quentes.
            Já estava cansada o sono já lhe começava a consumir as forças, despiu-se, entrou no banheiro ligou a ducha quente e tomou um revigorante banho. Enrolou-se nas toalhas, votou para o quarto onde pegou uma camisola azul que prontamente vestiu e rapidamente já estava recolhida na cama. Porém antes de dormir orou por seu anjo da guarda acompanhada por uma ave-Maria. Lembrou-se ainda, quase inconsciente que João Miguel deveria estar pelo meio da viagem de volta para casa e adormeceu.

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